19 setembro 2017

Carlos Eduardo chefia “balcão de negócios” em troca de apoio na Câmara Municipal

Sandro Pimentel repercutiu desabafo de Cícero Martins, que falou que o prefeito de Natal tem exonerado servidores indicados por vereadores que não o obedecem na Câmara.


AgoraRN - O vereador Sandro Pimentel (PSOL) não viu como novidades as acusações que seu colega Cícero Martins (PTB) fez contra o prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), na última semana, no plenário da Câmara Municipal de Natal. De acordo com Cícero, o prefeito estaria negociando cargos em seu governo em troca de apoio de vereadores. Para Pimentel, esta é uma situação que se observa em todo o Brasil e que, infelizmente, em Natal não é diferente: Carlos Eduardo, segundo ele, estaria fazendo um “balcão de negócios” por suporte no Legislativo.

Eu não vi nenhuma novidade. O que o Cícero disse eu já digo desde 2013. Só que, como sou oposição, é tido como natural. Ele tinha cargos que foram retirados [pelo prefeito], e é por isso que houve toda aquela indignação dele. Como ele era da bancada do governo, soou como um eco maior, houve mais repercussão; mas o que ele disse eu já disse duzentas mil vezes: a política é assim, e em Natal não se faz diferente: Carlos Eduardo faz balcão de negócios para comprar apoio. É por isso que nem falei lá [na Câmara]. Há alguns colegas que dão apoio ao governo em troca de cargo em auxiliar de serviços gerais (ASG) em empresa terceirizada. As empresas terceirizadas estão cheias de cargos indicados pelos vereadores, e nem falo em cargo alto, como na prefeitura (que também acontece, obviamente)”, disse Sandro ao Portal Agora RN/Agora Jornal.

Uma das acusações mais graves que Cícero proferiu em seu desabafo remeteu a exonerações que Carlos Eduardo estaria fazendo de servidores indicados pelos vereadores que não estariam obedecendo a vontade do Executivo dentro do Legislativo. Apesar da prática não ser vista como ilegal aos olhos da lei, o vereador Sandro Pimentel acredita que se trata de uma atitude imoral do governo do prefeito.

Os vereadores quando decidem ir para a base aliada, não é porque acreditam no prefeito, é porque sabem que vão ganhar alguma recompensa política. Nesta situação, não há muito o que fazer. Infelizmente essa política do troca-troca e do balcão de negócios acontece no Brasil inteiro – quem dera fosse só em Natal. Então, o que fazer? Há alguma ilegalidade? Não. Há imoralidade. Nem tudo o que é imoral é ilegal. O prefeito está abrindo mãos dos cargos dele; isso é imoral, não ilegal. Só que, ao meu ver, uma indicação não deveria ser uma negociata. Deveria ser aceita pela qualificação do servidor, independente se o vereador vai ajudá-lo e compor sua bancada, ou não”, concluiu.

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